A partida de ontem (07 de junho) entre Brasil e Roménia marcou a despedida de um dos maiores jogadores que o mundo já conheceu, Ronaldo Nazário de Lima, ou para os mais íntimos, Ronaldo Fenómeno. O estádio não poderia ser mais significativo, o Pacaembu, onde o eterno camisola 9 marcou 21 golos e onde ele foi, segundo o próprio, mais feliz nos últimos dias de carreira.
A noite era de homenagens ao ídolo. Na primeira parte, os adeptos era só festa nas bancadas. Não se ouvia outra coisa durante a primeira parte senão o nome de Ronaldo sendo ovacionado pelos mais de 30 mil espectadores presentes na sua partida final pela selecção. Nem mesmo a forte chuva que caiu minutos antes no estádio estragou a festa.
As homenagens não pararam nem quando o Brasil fez o 1-0 aos 21 minutos por Fred. Na comemoração, todos os jogadores levantaram o dedo da mão direita, lembrando a comemoração que Ronaldo realizava quando marcava. Poucos minutos depois do golo, era chegada a hora tão esperada por todos os Brasileiros. Fred saiu para a entrada de Ronaldo.
Com o camisola 9 em campo, o Brasil mostrou um futebol que não tinha demonstrado nem mesmo contra a Holanda á três dias atrás. Não podia ser diferente, os jogadores jogavam para Ronaldo, para que ele pudesse fazer ao menos um golo na sua despedida. A primeira oportunidade surgiu após uma jogada de Neymar pela direita, que assistiu Ronaldo, mas o guarda-redes romeno Tatarusanu fez uma grande defesa, impedindo o golo.
Na segunda oportunidade, Ronaldo recebeu sozinho na área, mas tentou colocar a bola ao ângulo da baliza mas a bola subiu demais e foi para fora. Aos 42 minutos, um lance que foi uma das marcas registradas de Ronaldo durante sua carreira. O fenómeno aproveitou uma recarga na área e finalizou como muitos avançados ainda em actividade não conseguem, mas a bola parou mais uma vez nas mãos de Tatarusanu, o nome que será marcado na história como aquele que impediu o último golo de Ronaldo.
O fenómeno pode até não ter conseguido marcar durante o seu jogo de despedida, mas levou a bola para casa, assim como o apito usado pelo árbitro da partida, o argentino Sergio Pezzotta. Após o fim da primeira parte, Ronaldo saiu sob aplausos de atletas brasileiros, romenos, árbitro, assistentes e toda a gente presente no estádio. Em seguida deu uma volta olímpica no Pacaembu para só então fazer o seu discurso final como jogador de futebol.
A trajectória do camisola 9 pela selecção brasileira começou ainda quando era miudo, com 17 anos. Numa partida contra a Argentina, em Recife, no ano de 94. Ele entrou para o lugar de Bebeto, aos 35 minutos da segunda parte. Desde então, os seus números pelos penta-campeões mundiais, são 67 golos em 105 jogos, com 74 vitórias, 22 empates e 9 derrotas (exactamente o mesmo número que Ronaldo usou na maioria das partidas que fez com a Selecção). Ronaldo despediu-se em competições oficiais pelo Brasil na derrota no Mundial 2006, na Alemanha, onde o Brasil perdeu com a França nos quartos-de-final.
O Brasil e o mundo testemunhou na noite de ontem a despedida de um ídolo e o nascimento de uma lenda do futebol mundial. Dos melhores de sempre!